Foto: Mauro Schaefer
“Eu não mereço isso aqui mais uma vez”. Aos 72 anos, Romana Trindade, moradora do bairro Americana, lamenta ao ver o chão da sua casa tomada pelo barro, trazido em mais uma enchente do arroio Feijó, em Alvorada. Ela reside há 30 anos na travessa 12 de Maio e conta que cansou de contar as vezes que sua casa foi atingida pela cheia. Apesar da melhora no tempo, ainda há acúmulo de água no pátio e dentro de sua casa. A previsão de chuva nos próximos dias também assusta a moradora, que decidiu aguardar mais alguns dias para começar – mais uma vez – a limpeza de sua residência.
Na mesma rua, o morador Sílvio Barbosa corria contra o tempo para reformar uma escada de madeira que dá acesso a outras peças construídas em cima de sua casa. Assim como na vizinha Romana, esta foi a alternativa encontrada para não ficar submerso durante enchentes. Entretanto, a estrutura da escada ficou danificada e a esposa de Sílvio ficou presa neste cômodo. A pressa em retomar o acesso é função de uma consulta médica agendada para os próximos dias.
“Eu fiz este segundo andar na correria em 2015, quando também teve enchente. Ainda nem deu tempo de terminar, mas conseguimos sair correndo para cima quando a cheia veio. A maioria das coisas ficou embaixo e apodreceram. Nem vou limpar a casa ainda, pois está marcando chuva de novo. Da outra vez (em setembro) eu limpei e veio chuva no outro dia. Agora vou esperar. E, quando melhorar, vou seguir construindo em cima da casa”, completou. Apesar do nível do arroio Feijó ter recuado em algumas quadras do bairro Americana, alguns pontos próximos à rua André da Rocha seguiam alagados.
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