A nova estrutura proporcionará tráfego de dados de 72 Terabits por segundo e latência (tempo entre comando e resposta) de 60 milissegundos.
Foi inaugurado, nesta terça-feira (1), um conjunto de cabos submarinos que ligam o Brasil a Portugal. Com mais de 6 mil quilômetros de fibra ótica, a nova tecnologia proporcionará a estrutura capaz de suportar o volume de dados gerados pelas redes 5G e acelerará a troca direta de informações entre a América do Sul e a Europa. Atualmente, as informações que saem do Brasil precisam passar primeiro pelos Estados Unidos.
O cabo está ancorado na Praia do Futuro, em Fortaleza. Chegando a uma profundidade de 5 quilômetros, o equipamento passa pelas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil, além do arquipélago de Cabo Verde e Ilha de Santa Cruz. Já na Europa, o equipamento passa pelas cidades de Sines e Lisboa, em Portugal, Madri, na Espanha e Marselha, na França.
A nova estrutura proporcionará tráfego de dados de 72 Terabits por segundo e latência (tempo entre comando e resposta) de 60 milissegundos.
O contrato para utilização do cabo terá durabilidade de 25 anos. A instalação dos cabos faz parte do programa Bella - rede europeia e latino-americana de pesquisa e educação. De acordo com uma nota divulgada pelo ministério brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovações, a empresa Ellalink, proprietária e operadora dos serviços da fibra, investiu cerca de 150 milhões de euros, enquanto o a Comissão Europeia contribuiu com cerca de 25 milhões de euros. Para o Brasil, o processo de instalação do cabo custou cerca de 8,9 milhões de euros.
A oficialização da nova tecnologia foi tema de do evento “Digital Assembly 2021”, organizado em Sines, pela Comissão Europeia e pelo Conselho da União Europeia, que atualmente é presidido por Portugal.
O ministro brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes disse que a melhora na conexão poderá ajudar no combate à Covid-19, “Só através da ciência temos chance de vencer”, disse.
Mercosul - União Europeia
Marcos Pontes falou que a instalação do cabo possibilitará um aumento na cooperação entre países da OCDE, e do eixo Mercosul-União Europeia.
Além de uma vaga na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Brasil também busca a ratificação do acordo de livre-comércio entre os dois blocos. O combate ao desmatamento e a preservação do meio-ambiente são alguns dos principais entraves para o avanço do acordo.
Segundo o ministro, as mudanças climáticas fazem parte de um dos maiores desafios da humanidade e podem ser combatidas por meio de pesquisas, que serão melhoradas com a nova estrutura instalada.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ressaltou a ambição do grupo em buscar a digitalização de processos e pontuou a cooperação digital entre países dentro e fora da Europa, mas não citou o Brasil.
Para a chefe do grupo, o novo conjunto de cabos representa uma “estrada digital de pesquisa e educação” e simboliza uma renovação na parceria com a América Latina.
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