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Família é sequestrada e mantida refém por ex-funcionário no Litoral de SC

"Ele repetia que só sairia dali morto", conta refém de homem de Alvorada que sequestrou família


Kézia Gonçalves foi a última vítima liberada pelo sequestrador/Romildo Black / Jornal Amorim


O sequestro de uma família por mais de 10 horas, na última segunda-feira (5), chocou o pequeno município de Balneário Gaivota, em Santa Catarina.

O sequestrador, que manteve quatro pessoas reféns, foi morto após investir contra policiais com uma faca. Nenhuma das vítimas ficou ferida.

Natural de Alvorada na Região Metropolitana, o homem foi identificado como Cristiano Amaral Júnior, de 28 anos. Ele invadiu a residência do ex-patrão, Marnei Gonçalves (que não estava em casa), e manteve a esposa dele e os três filhos do casal, de reportagem os momentos de horror vividos naquele dia.

— Ele pulou o muro da vizinha e entrou no meu quarto. Eu estava dormindo, foi um susto muito grande. Aí ele disse para eu não gritar, ameaçou nos matar. Ao mesmo tempo, pedia perdão a mim e aos meus filhos e repetia que só sairia dali morto — conta Kézia.

Ela e o marido são donos de uma construtora da cidade, e haviam contratado Amaral para trabalhar como servente de pedreiro logo que ele chegou ao município, há cerca de quatro meses. Logo depois, o homem teria decidido retornar a Alvorada. Na última semana, reapareceu em Santa Catarina, e pediu trabalho novamente. Apresentando baixo rendimento no serviço, foi dispensado no último domingo (4).

— Explicamos que no futuro ele poderia voltar, mas que naquele momento ele não estava bem, não conseguia trabalhar. Ele parecia fora de si no serviço. Durante o sequestro ele falou que sofria de depressão, que já havia tentado acabar com a própria vida várias vezes — afirma.

Enquanto estava na casa, o homem falava com familiares do Rio Grande do Sul pelo celular em tom de despedida. Ele também pediu para que alguém enviasse um recado à mãe e ao filho dele, de 10 anos, dizendo que os amava e pedindo desculpas por "ter feito o que fez". Ele também teria repetido que "a decisão estava tomada".

Após negociação com a polícia, o sequestrador concordou em liberar, um a um, os reféns. Antes de soltar Kézia, afirmou não querer que ela o visse morrendo.

— Foi muito triste. Acreditamos que ele queria se suicidar, então usou essa estratégia para ser executado. Eu não queria que tivesse terminado dessa forma, tentei convencê-lo a se entregar junto com a polícia, mas ele não aceitou— conta.

O que diz a investigação

Responsável pelo caso, o delegado Luiz Otavio Pohlman explica que, depois que a última vítima foi liberada, os policiais iniciaram o processo de rendição do homem. Após tentativas de negociação, foram usados mecanismos não letais — como bombas de efeito moral. Amaral, então, partiu para cima dos policiais com uma faca e foi baleado.

Pohlman afirma que, em um primeiro momento, "resta evidente a legítima defesa", mas que um inquérito policial foi aberto para apurar o caso. Ele explica que as motivações para Amaral ter sequestrado a família ainda não estão claras:

— Ele foi dispensado no domingo e na segunda fez isso, mas em nenhum momento exigiu emprego ou cobrou dinheiro das vítimas. Tudo ainda está muito precoce, precisamos apurar as circunstâncias.


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