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No lugar de lixo e insegurança, moradoras de Alvorada criam horta comunitária


Foto: Ronaldo Bernardi / Agencias RBS


Uma horta comunitária mudou a rotina e trouxe bem-estar para moradoras do Jardim Aparecida, em Alvorada. O cultivo é feito onde termina a Rua Francisco Trein e começa uma mata fechada. A horta urbana, batizada de Árvore do Amor, resolveu duas questões que incomodavam as vizinhas: o descarte irregular de lixo e a insegurança gerada pela passagem que havia entre a rua e a mata.

– Nós não aguentávamos mais. Foi aí que surgiu a ideia de fazer uma horta – relembra a vigilante Maria Estela Berro Azolin, 45 anos.

Além dela, a dona de casa Katia Ribeiro, 53 anos, e a cuidadora de idosos aposentada Magda Regina Martins, 66 anos, trabalham diariamente no local. Segundo Estela, a sugestão da iniciativa partiu de um dos antigos moradores do bairro, Alexandre Espeto, que atualmente é vereador. O nome da horta é inspirado pelo local em que casais se encontravam, onde hoje é a casa de Estela.

– Em 2019, começamos a limpar, tirar o lixo, organizar e revitalizar o espaço. Com a pandemia, passamos a nos envolver mais – conta Katia.

A pequena horta que surgiu com a intenção de dar sentido para o canteiro final da rua foi expandida para os fundos da casa de Estela. Para isso, o grupo de agricultoras recebeu liberação e apoio da Secretaria de Meio Ambiente (Smam), que viabilizou o maquinário para a preparação do solo, e com as orientações da Emater sobre as técnicas de agricultura urbana.

– A Emater forneceu a compostagem e o suporte na plantação – detalha Estela.

Duas composteiras no pátio da Smam geram matéria orgânica para suprir hortas de caráter social, agricultura urbana, paisagismo e embelezamento da cidade, além de dar o destino adequado para resíduos orgânicos gerados pelas podas de árvores. Assim como nesta iniciativa e no projeto UmBÚNTU, mostrado na edição de 18 de junho, os órgãos trabalham no suporte, no planejamento e na implantação de hortas em ONGs e entidades de assistência social. A extensionista rural Mônica Moreira Zang explica que, hoje, existe um grupo no WhatsApp formado por moradores interessados na agricultura urbana.

– Esse contato tem permitido avançar na agricultura urbana, pois tem despertado o interesse de outras pessoas a também fazerem o serviço comunitário. No grupo, não debatemos somente temas sobre o sistema de plantio e técnicas, mas também temos oficinas de segurança e soberania alimentar, de como preparar e consumir os alimentos de maneira integral, entre tantos outros – afirma Mônica.

Na terra, elas encontraram benefícios

O resultado da dedicação das moradores é uma produção diversa em verduras e legumes, que é dividida entre a vizinhança e também encaminhada para ações que visam à alimentação da comunidade.

– Há poucos dias, deixamos duas caixas em um galpão onde servem almoço para moradores carentes e de rua. Mas também levamos a uma escola que prepara refeições para os alunos – explica Estela, e Magda complementa:

– É gratificante estar sendo útil para a comunidade, num momento difícil como a pandemia. E incentivamos a participação de outros moradores, tanto aqui quanto em outros espaços da cidade.

Saúde

Segundo Magda, elas têm a ideia de fazer uma minifeira na rua para que os moradores que não se sentem confortáveis em lidar com a terra possam contribuir e consumir os orgânicos:

– Aí os produtos poderão ser comprados por um preço bem baixinho para voltar para a horta. Compramos muitas sementes, mudas e dividimos os valores do material. Mas é recompensado pela alegria e pelo bem-estar que temos na horta.

Para Estela e Katia, além do envolvimento solidário nas entregas dos produtos, o cultivo traz benefícios para a saúde mental:

– Assim que chego do trabalho, vou direto ali. As atividades de cuidar, irrigar e limpar me mantém em pé, e recarrego minhas energias – afirma Estela.

Katia conclui:

– Nesse tempo em que tudo está limitado devido à pandemia, é uma forma de estarmos descontraídas, vendo a plantação crescer.

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